A variação morfológica de roedores e marsupiais ao longo do gradiente altitudinal é interesse do Laboratório de Vertebrados da UFRJ desde 2017. O objetivo da pesquisa é saber como os mamíferos respondem à variação do clima, principalmente à temperatura. O Laboratório já trabalha no PARNASO há mais de 20 anos e agora investe nas mudanças climáticas também. O estudo inclui principalmente gambás, cuícas e ratos e a ideia é prever pela morfologia como vão responder ao aumento da temperatura nos próximos anos.
Realizam a captura para tomar medidas como peso e comprimento, identificam o sexo e os casos de gravidez. Depois soltam e ficam na expectativa em nova captura futura para saber se o mesmo animal vai continuar no habitat e com que características. As espécies que habitam no topo da montanha provavelmente vão ter menos chance de sobreviver do que as que habitam as partes mais baixas.
As espécies dos campos de altitude não vão ter para onde migrar com a aumento da temperatura. Os impactos dos fragmentos florestais causados pelo desmatamento também impactam muito, principalmente os pequenos mamíferos. "A preservação de toda a biota é muito importante para garantirmos um equilíbrio que envolve predadores, presas, dispersão de sementes por árvores nativas e o alimento das espécies de topo de cadeia", argumentou Alan Gerhardt Braz Magalhães que está realizando doutorado em Ecologia no Instituto de Biologia da UFRJ. As pesquisas se concentram no Garrafão e no Rancho Frio.
A equipe do Laboratório de Vertebrados que atua no PARNASO é orientada pelos professores Rui Cerqueira e Marcus Vieira. Acompanhar as populações e o habitat destes mamíferos em conjunto com fatores climáticos se torna essencial para construirmos cenários sobre o que pode acontecer com certas espécies em consequência do aquecimento global.
Reportagem de Francisco Pontes de Miranda Ferreira – Apoio à Coordenação de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade
Fotos de autoria e cedidas pela equipe de pesquisa
