if($formestructure): ?> endif;?> if($formestyle): ?> endif;?>
Sandra Tavares
O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Brasília (16/10/2015) – O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no estado do Rio de Janeiro, é uma das unidades de conservação (UC) mais antigas do Brasil. Completou 75 anos de fundação no ano passado.
Neste ano de 2015, que ainda nem terminou, já superou o recorde de visitantes, registrado em 2014, de 217 mil pessoas – índice, por sua vez, 65% maior que o de 2013, de 132 mil visitantes. Esses números crescentes o colocam como o quinto parque nacional mais visitado do País.
Entre os visitantes, estão pessoas do mundo inteiro. O público vai de famílias inteiras, incluindo crianças, a praticantes de montanhismo, passando por pessoas com necessidades especiais. A visitação é mais intensa, no verão, quando as pessoas vão se refrescar nos belos poços, cachoeiras e piscina natural. Já no inverno o parque se enche de adeptos do montanhismo.
Os números de visitação mostram que a unidade se destaca cada vez mais como um espaço para a prática de esportes de aventura e lazer em contato com a natureza. O parque é considerado, inclusive, o paraíso dos montanhistas, tamanha a quantidade de opções de trilhas no alto da serra e de picos a serem escalados.
Projetos ajudam a consolidar posição
Diversos projetos vem sendo desenvolvidos para que essa posição seja consolidada.Algumas estratégias são a trilha de longo percurso Caminhos da Serra do Mar e o projeto de Fomento ao Turismo no Parque Nacional e Entorno, realizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Mas não é só na quantidade de visitantes que o parque se destaca. A qualidade do atendimento e das opções oferecidas aos turistas e frequentadores é outro ponto forte. Pesquisa realizada junto a pessoas que passaram pela unidade mais recentemente aponta que mais de 96% dos entrevistados consideraram a visitação na Serra dos Órgãos "boa" ou "muito boa".
Os comentários mais positivos vêm dos visitantes que fazem o percurso de trilhas na parte alta da UC. São exatamente esses visitantes que consagram o parque como destino turístico dos montanhistas.
Caminhos da Serra do Mar
Os "Caminhos da Serra do Mar" é um complexo de trilhas de longo percurso, que abrange áreas de três municípios do entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Aberto oficialmente em 2012, é considerado o projeto guarda-chuva da unidade de conservação.
No total, são 68 km de trilhas herdadas, com as mais variadas características. Elas passam também por outras unidades de conservação da Mata Atlântica Central Fluminense e podem ser percorridas em até seis dias de caminhada.
As trilhas cortam algumas comunidades importantes para a gestão do parque e com características distintas. Essas comunidades são fundamentais para o desenvolvimento do turismo de base comunitária, em que moradores oferecem serviços aos caminhantes.
Os serviços podem ser os mais variados possíveis, como venda de equipamentos usados no montanhismo, restaurantes, lanchonetes, dormitórios, áreas para acampamentos e condução de visitantes.
"Além de favorecer diretamente as comunidades envolvidas, o projeto objetiva melhorar a conservação dos espaços protegidos por onde ele passa. Acreditamos que o uso público ordenado nessas áreas protegidas é uma excelente ferramenta para a proteção das unidades de conservação", diz o chefe do parque, Leandro do Nascimento Goulart.
Presença de pessoas ajuda a inibir ilícitos
A presença de montanhistas e caminhantes nestas áreas contribui, também, para inibir a prática de crimes ambientais na região, como a extração de palmito, captura de animais silvestres, entre outros. O incentivo ao voluntariado tem sido outra vertente das ações que buscam a participação social.
Por meio do projeto Caminhos da Serra do Mar, foram feitas ações de divulgação, sinalização e manejo das trilhas e equipamentos, com apoio das organizações não governamentais SOS Mata Atlântica e Conservação Internacional (CI), além de empresas como a AlterData e Trilhas & Rumos.
Ainda dentro do projeto, em parceria com o Sebrae, o parque realizou o "Diagnóstico Turístico das Comunidade do Caxambu e Bonfim". Essas comunidades integram o roteiro da trilha de longo percurso.
O objetivo do diagnóstico foi identificar as potencialidades de participação das comunidades no projeto e as necessidades de infraestrutura para apoio aos caminhantes.
Unidade é procurada também por pesquisadores
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos se destaca também na área de pesquisas científicas voltadas para a biodiversidade. É uma das unidades de conservação do bioma Mata Atlântica mais procuradas pelos pesquisadores.
Em 2014, o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio), do ICMBio, liberou a realização de 147 pesquisas no interior da unidade de conservação.
"O parque é localizado em um centro urbano, possui alojamento, casa do pesquisador e uma equipe de Coordenação de Biodiversidade que está sempre em contato com professores e alunos das universidades. Isso estimula a realização de pesquisas na unidade", afirma o chefe do parque, Leandro Goulart.
Monitoramento da biodiversidade
Além das pesquisas realizadas por pesquisadores de fora, a equipe da unidade também realiza projetos aplicados ao manejo e monitoramento da biodiversidade da UC. Um deles, aprovado em 2014, é o inventário de mamíferos de médio e grande porte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Os executores do projeto instalaram, num determinado trecho do parque, a cada 3 km, armadilhas fotográficas. Foram feitos nada menos que 466 registros de 18 espécies de mamíferos de médio e grande porte, das ordens Rodentia, Didelphimorphia, Artiodactyla, Primates, Carnivora e Xenarthra. O trabalho contou com a parceria do Laboratório de Vertebrados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os animais com maior número de registros foram o gambá (245), seguido onça parda (53) e gato pintado não identificado (Leopardos sp.) (45). Foram obtidos 84 registros de onça parda, sendo 53 registros independentes. O processo de individualização dos registros encontra-se em andamento.
O ICMBio desenvolveu, por meio de sua Coordenação de Monitoramento da Biodiversidade e contando com a parceria de algumas instituições, um programa de Monitoramento in situ da biodiversidade. O parque da Serra dos Órgãos está na lista das UCs selecionadas para execução do projeto piloto. Em 2013, foram promovidos dois cursos de capacitação voltados para este programa de monitoramento da UC. Já em 2014 foi implantada uma unidade amostral na trilha do Rancho Frio.
Conservação do sagui-da-serra-escuro
Outra pesquisa que vem sendo conduzida no parque trata da conservação do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita). A primeira fase constou de diagnóstico e controle de saguis invasores e teve a parceria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) no desenvolvimento de um programa de conservação da espécie.
Os resultados preliminares indicam que o sagui-da-serra-escuro se encontra seriamente ameaçado no parque.
A sobrevivência da espécie no local depende de um esforço de controle populacional dos grupos de saguis invasores.
O controle deve começar pelo grupo encontrado na trilha Uricanal, que se encontra na mesma área em que existe uma população aparentemente pura de C. aurita. Há também invasores na sede Guapimirim, na trilha da Areia Seca e no Caminho do Ouro.
A partir de pesquisas que vinham sendo realizadas pelo grupo da UERJ, somado ao apoio dado pelo ICMBio ao projeto, organizou-se um grupo de pesquisa e conservação do sagui-da-serra-escuro no estado do Rio de Janeiro
Plano de manejo, conselho e ações de proteção
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos monitora com rigor o cumprimento do seu plano de manejo (documento que define os vários usos da unidade). Como o atual plano tem mais de cinco anos de execução, a equipe da UC iniciou o replanejamento das atividades. Assim, todo o planejamento estratégico da unidade de conservação foi redesenhado com missão, visão de futuro, objetivos e atividades bem delineadas.
O conselho consultivo (instância que permite a participação da sociedade na gestão da unidade de conservação) se reúne bimestralmente desde a sua criação, em 2005 e tem dado importantes contribuições à administração do parque.
No que se refere às ações de fiscalização, os agentes do parque, com a ajuda de parceiros, destruíram nos últimos anos diversos ranchos de caça, uma prática ainda comum no interior da UC, principalmente na região da Baixada Fluminense (municípios de Magé e Guapimirim).
Por ter uma rede extensa de trilhas, e nem todas serem de fácil acesso, a equipe da UC trabalha em conjunto com o Comando de Polícia Ambiental do Estado do Rio de Janeiro, agentes municipais de fiscalização ambiental e também com a Polícia Rodoviária Federal, em Operações Temáticas Especializadas de Combate aos Crimes Ambientais (OTECCA).
Já o setor de combate a incêndios florestais do parque possui sala de situação, almoxarifado equipado, veículos próprios, moto-bombas. Os gestores e brigadistas registram todas as ocorrências de incêndios que ocorreram no interior da UC e entorno.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9290