07/04/2013 - 2ª Ação Voluntária dos Caminhos da Serra dos Órgãos (Caminho do Ouro)

Trilha colonial construída em 1724 faz parte da história do Brasil e agora do “Caminhos da Serra do Mar”

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Aconteceu no último domingo, 7, mais uma etapa do trabalho de melhoria das trilhas que fazem parte do projeto “Caminhos da Serra do Mar”, lançado pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos em novembro do ano passado. Dessa vez, cerca de 20 pessoas que fazem parte do programa de voluntariado da unidade de conservação atuaram no trecho do Caminho do Ouro, uma variante da Estrada Real que deu origem à Petrópolis e é conhecida como Atalho do Proença. Foi feita a coleta de lixo, principalmente no início da via, retirada de árvores que caíram nos últimos temporais e a pintura da sinalização rústica em todo o trajeto de seis quilômetros.

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A caminhada tem início em Magé, na estação da Vila Inhomirim, e termina no bairro Alto da Serra, em Petrópolis. Principalmente nos primeiros quilômetros, onde ainda existem algumas residências, compõem o calçamento as pedras trabalhadas e colocadas pelos escravos de Bernardo Soares de Proença, rico fazendeiro que trazia ouro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, passando por Magé. A cada quilômetro percorrido morro acima, terra e vegetação cobrem com mais intensidade as pedras arrumadas na subida íngreme, que datam de 1700. Em muitos trechos, foi necessária a poda de arbustos, utilização de enxadas e até motosserras para cortar grandes árvores. “Este é mais um importante trabalho para a melhoria das trilhas que compõem os Caminhos da Serra do Mar e não seria possível realizado sem a participação dos voluntários”, destacou o Chefe do PARNA-SO, Leandro Goulart.

Segundo conta a história, no passado esse caminho abrigou escravos, deu passagem a comitivas reais e teria sido palco de algumas “aventuras” de Dom Pedro I. Ao lado do que hoje é uma trilha avista-se as bases de um antigo aqueduto, que foram limpas pelos voluntários e que ajudam a contar a história de um caminho tão importante para nossa região. No final da caminhada, destaque para a bonita ponte em arcos chamada Grota Funda.

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“Até 1700 o ouro era trazido das Minas Gerais pelo longo caminho que passava por Parati. Por volta dessa época foi aberto o Caminho Novo, que ligava a região do ouro diretamente ao Rio de Janeiro, vencendo a Serra do Mar na altura de Xerém. Como esse caminho subia a Serra num trecho bastante íngreme e acidentado, foi encomendado ao fazendeiro Bernardo Proença, que morava na região conhecida hoje como Raiz da Serra, abrir um novo caminho. Esse caminho, aberto em 1723, ficou conhecido com o Atalho do Proença”, relata o montanhista Waldyr Neto no site trilhasdepetropolis.blogspot.com.br, que tem muitas informações sobre o Caminho do Ouro e outras aventuras no município vizinho.

 

Matéria e Crédito: Marcelo Medeiros